domingo, 11 de julho de 2010

pausas.

Sabe aquele gostar? Aquele que você só quer estar perto. Aquele gostar que te faz suar frio antes do encontro. Aquele que vem junto com suspiros e sorrisos aleatórios. Que te deixa ansioso e até te tira o sono às vezes. E que te provoca os mais (in) sensatos desejos.
Esse mesmo, que acontece em raríssimas oportunidades na vida. E que quando vem, vem com a força arrebatadora de uma tempestade de verão.
Aquele gostar que não exige a posse, que pede apenas a companhia. E que vai procurando seu espaço entre as entranhas de um coração retalhado.
Aquele gostar que te faz sentir medo de perder, antes mesmo de conquistar. E que te instiga a fazer planos, mesmo tendo plena consciência de quão inverossímil é isso.
Aquele gostar que vem junto com a lembrança de uma música, de um perfume, de uma noite de corpos nus, tão qual um romance juvenil.

E você sabe do que eu estou lhe falando? Claro que sabe, porque tenho certeza que já se sentiu assim. O passar dos anos, as cicatrizes, as feridas abertas, nos deixa mais receosos, mais zelosos dos nossos sentimentos. Nos deixa na verdade mais amedrontados. Mais não é capaz de nos tirar esse fio de vida, essa sensação gostosa de se apaixonar. O ruim é quando não se sabe direito o que fazer com isso. As palavras que não saem, o convite que não chega, a noite que é curta demais e a semana é tão longa. O tempo não nos ensina a lidar com isso. Gostoso é pagar o preço por ser humano.